Uma política para os aposentados

Junior Brunelli e uma política para os aposentados. Um dos grandes desafios do poder público no Brasil é resolver a questão dos baixos salários das pessoas aposentados, acima de 65 anos de idade. O sistema previdenciário brasileiro está falido. A fiscalização em cima das empresas é frágil, assim os maus empresários aproveitam-se desse verdadeiro cais em que se transformou a Previdência e não cumprem seus deveres para com os trabalhadores.

Os trabalhadores privados são as maiores vítimas do sistema de aposentadoria em vigor. No máximo, ao final de 25 ou 35 anos de trabalho árduo, só conseguem aposentar com remuneração mensal máxima equivalente a R$ 2 mil reais. Isso no caso das pessoas de classe média. Os pobres e sem qualificação profissional aposentam-se com um salário ou dois salários mínimos.

É preciso criar mecanismos que garantam, desde a juventude, um sistema sério de aposentadoria complementar. Está claro que o Estado não dispõe de meios capazes de fiscalizar o sistema e garantir a eficiência do mesmo.

Apenas no setor público ainda vigora o sistema de aposentadoria com salário integral. As empresas estatais também garantem uma aposentadoria digna, ao adotarem modelos de aposentadoria complementar ainda viável. Mas, mesmo em empresas estatais, o modelo já parece exaurido e terá de ser revisto.

Junior Brunelli

aposentados

Alternativas

Uma alternativa para o problema poderia ser a volta das aposentadorias segmentadas. Os antigos Institutos de Aposentadoria dos Comerciários (IAPC), dos operários da indústria (IAPI), poderiam ser reativados em modelos novos e adaptados à nova realidade econômica do país. Tais modelos funcionaram bem nas décadas de 50 e 60, do século passado, mas depois foram sendo desativados.

Da forma como sistema de Previdência está montado no Brasil, a tendência é o caos, com as pessoas acima de 65 anos sendo punidas. E são desrespeitadas por modelo falido, inepto e sem capacidade de gerenciamento e fiscalização.

É importante lembrar que o aposentado atual nasceu após a Segunda Guerra Mundial, no final da década de 50, quando a ciência, a tecnologia e a saúde foram modernizadas, elevando a expectativa de vida das pessoas.

A Previdência Social brasileira não se preparou para isso. Antes eram poucos aposentados que sobreviviam para usufruir suas contribuições previdenciárias. Agora é o contrário: são muitos, que grande expectativa de vida, para um “bolo” de recursos financeiros cada vez menores.