exemplo de mulheres obstinadas e criativas
Junior Brunelli visita a Companhia do Lacre, exemplo de mulheres obstinadas e criativas. O espírito modernizador de Brasília parece ter sido a principal inspiração da cearense de Crateús; Chica Rosa, que desembarcou na capital federal no início de 1982 ;como mais uma simples dona de casa, sem grandes perspectivas, especialmente do ponto de vista financeiro.
Mas, a partir de uma ideia simples, a utilização dos lacres que são retirados das latas de alumínio; ela levou ao Sebrae(Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas) um projeto; hoje institucionalizado por meio da Companhia do Lacre.
Na localidade de Riacho Fundo, uma cidade-satélite de Brasília, Chica Rosa desenvolveu a idéia de, a partir dos lacres, mais linha e agulha de crochê; confeccionar bolsas, cortinas, tapetes, vestidos e almofadas.
O projeto, diz ela, está dando certo e “já conseguimos colocar nossos produtos em mercados como os do Rio de Janeiro e São Paulo e até mesmo no exterior; na cidade de Nova York”.
Tudo começou logo depois que Chica Rosa chegou em Brasília. Aflita, à procura de uma renda capaz de melhorar as condições financeiras da família; ela resolveu fazer pinturas em tecidos.
Acabou virando artesã. “Foi quase uma brincadeira; mas hoje temos um pequeno empreendimento com perspectiva de crescer ainda, desde que sejam viabilizadas linhas de crédito para segmento, argumenta.
A verdade é que Chica Rosa já era conhecida dos consultores do Sebrae quando ela apresentou sua idéia que acabou se transformando na Companhia do Lacre.
Grandes Idéias
Ela era instrutora em oficinas de artesanato que funcionavam em várias localidades do Distrito Federal.
Foi através da assessoria do Sebrae que a Companhia do Lacre foi oficializada; com técnicos credenciados da entidade ministrando cursos de design e gestão empresarial.
A primeira turma formada pelos técnicos do Sebrae aconteceu no final de 2001; quando 23 mulheres saíram de lá aptas a desenvolverem técnicas de crochê a partir dos lacres das latas de alumínio.
O projeto está funcionando muito bem, na avaliação de Rosângela Oliveira Silva, de 30 anos; uma das integrantes da Companhia do Lacre. Ela, no início, meio descrente, achava que “não tinha vocação para esse tipo de atividade”.
Foi só pegar a agulha e deixar a imaginação funcionar, garante ela. Hoje ela produz mais de 20 peças por mês, sendo uma das mais entusiasmadas participantes do empreendimento.
A Companhia do Lacre passou a desenvolver também atividades voltadas para o bem-estar social das populações de baixa renda.
Uma parceria com a Universidade Católica do D.F. e a Pastoral da Criança, da Igreja Católica, está desenvolvendo um programa de alfabetização. Na primeira turma pessoas entre 17 e 68 anos. É a garantia de cidadania, aliada à recompensa financeira.
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